segunda-feira, 26 de março de 2012

Mensagem do Dia: COMPLEXO DE CAMPEÃO OLÍMPICO

Pessoas há que se sentem obrigadas a ser as melhores, as mais bonitas, as únicas vencedoras. Nunca aceitam ser repreendidas. Acham que não podem perder nas eleições, nas disputas, nas estratégias políticas. O pódio só existe para elas. Têm o complexo de campeão olímpico. Se não nos permitirmos o direito de errar, nunca nos sentiremos seguros e livres para nos exprimirmos nem mesmo naquilo que sabemos. A mania de ser vencedor, custe o que custar, gera a fobia de errar, de ser imperfeito. 

Conheço algumas pessoas que não admitem errar, que não aceitam dar um tombo, cair num tropeço. São importantes demais, por isso jamais aprenderão coisas novas das quedas e dos infortúnios. 

Outras tantas conheço que vivem engolindo o travo da amargura, quando não se encontram no pódio das crônicas sociais. Viver equivale a ser imperfeito, é nunca ter chegado à meta, é nunca ter alcançado a resposta final, o apogeu do limite. Quem possui o complexo de vencedor olímpico deve imaginar que alguém poderá ultrapassar o seu limite e tomar o seu lugar no pódio. Deve admitir que, por qualquer descuido, ou passo falso, poderá errar. Até Sena e Tyson, acostumados ao pódio, tiveram seus descuidos, no mundo da fórmula 1 e do boxe. Por isso mesmo, deve o erro ser encardo como acontecimento natural e até mesmo válido para a vida. Essa visão permite as ser humano aprender com os erros, indo além deles.

Enquanto requisito indispensável para a aprendizagem, é o erro um fator de crescimento e de conscientização. É difícil aprender alguma coisa sem correr o risco de errar. Quem não se arrisca tem poucas oportunidades de crescer e de aprender coisas novas. A esta altura, vale a pena meditar sobre a carreira deste homem: Abraham Lincoln, que chegou ao pódio, sem ao menos sonhar com ele. Aqui, sua carreira: falido no comércio, 1832; derrotado para a Câmara dos Deputados, 1832; nova falência no comércio, 1833; eleito para a Assembléia, 1834; morte da noiva, 1835; esgotamento nervoso, 1836; derrotado para a presidência da Câmara, 1838; derrotado para a Assembléia Eleitoral, 1840; derrotado para o Congresso, 1843 e 1848; derrotado para o Senado, 1855; derrotado para o cargo de vice-presidente, 1856; derrotado para o Senado, 1858; eleito presidente dos Estados Unidos da América, 1860. Sua luta foi não pelo pódio, mas pela perseverança de atingir um dia o ideal: ser o presidente dos Estados Unidos. Na verdade, a vida só tem sentido quando se possui um ideal a colimar, muito mais do que um pódio a conquistar.

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